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O tempo decorre como uma espiral.

Espirais. Círculos e ciclos. O tempo decorre como uma espiral. Roda, anda, segue e avança. Os minutos, as horas e os ritmos da vida parecem repetir-se. Nunca nada é igual. Há um início mas o fim ainda não está visível.

sábado, 10 de setembro de 2022

 




Ó ricas Águas, 

pois que reinais sobre a opulência,

 e alimentais a vontade propícia

 e a imortalidade,

 e sois as soberanas da riqueza

 que se faz acompanhar de uma boa prosperidade,

 dignai-vos, Saravasti, dar o vigor juvenil àquele que canta.

 (Asvalayana Strantasutra, 4.13.VEDV,270



A água tem sido sempre uma das principais fontes de inspiração para as minhas pinturas. 

A água fonte de vida, meio de purificação, mãe. 

Tem sido um tema permanente o mar, revisto sob múltiplas facetas, quer através de marinhas, quer pela série de búzios, naturezas-mortas paradoxais, porque ao invés de manterem a escala natural, ampliam a realidade dos objetos, que assim ganham em materialidade e presença.

 Amo os barcos e a água do mar. Viagens sonhadas por mares ignotos. O barco simboliza a viagem quer dos vivos quer dos mortos. 

A travessia de barco do mundo dos vivos para o mundo dos mortos pode ser encontrada em todos os antigos rituais das civilizações. 

Nos textos mitológicos Celtas, nossos antepassados, o barco representa o meio de passagem para o outro mundo. 

O barco é uma segurança na nossa passagem através da nossa vida ou das nossas vidas. 

Ele vai ajudar-nos a sobreviver nas tempestades e escolhos que as paixões da vida nos põem no caminho.




quarta-feira, 30 de março de 2022

 


                                                                                                                             George Frederick Watts, c.1689

Orfeu e Eurídice

Grande herói da Trácia, Orfeu era conhecido não pelas suas qualidades de guerreiro, mas pelas suas qualidades musicais. Filho de Apolo e da musa Calíope, recebeu do pai uma lira como presente e aprendeu a tocar com tanta dedicação e beleza, que ninguém conseguia ficar indiferente ao encanto da sua música.

Orfeu amava apaixonadamente a Ninfa Eurídice. No dia do casamento de ambos, esteve presente Himeneu para abençoar a união, mas o fumo da sua tocha fez lacrimejar os noivos, o que não trouxe augúrios favoráveis. Pouco tempo depois, Eurídice passeava com as ninfas, quando foi surpreendida pelo pastor Aristeu, que, ao vê-la, se apaixonou perdidamente e tentou conquistá-la. Na sua fuga, Eurídice pisou uma cobra e morreu da mordedura que esta lhe fez no pé.
Orfeu, inconsolável, tocou e cantou aos homens e aos deuses, mas nada conseguiu. Decidiu, então, descer ao reino dos mortos para conseguir recuperar Eurídice. Perante o trono de Hades e Perséfone, Orfeu cantou o seu desgosto e o seu amor dizendo que, se não lhe devolvessem Eurídice, ele próprio ficaria ali com ela, no reino dos mortos. Todos os fantasmas que o ouviam choravam e Hades e Perséfone ficaram tão comovidos que lhe devolveram Eurídice. Mas com uma condição: Orfeu poderia levar Eurídice, mas não poderia olhá-la antes de terem alcançado o mundo superior. Caminhando na frente, Orfeu, que estava quase a chegar aos portões de Hades, com receio de ter sido enganado, virou-se para trás para confirmar se Eurídice o seguia. Esta, com os olhos cheios de lágrimas, foi levada para o mundo dos mortos, por uma força irreversível. Orfeu tentou alcançá-la, mas sem êxito.

 

Atelier 17   O Atelier 17  foi uma escola e atelier de arte que influenciou o ensino e a promoção da  gravura  no século XX. Originalmen...