Quando tento olhar para o meu passado, com os olhos da alma e da memória, não vejo um filme mas sim imagens paradas que se sucedem como diapositivos. Momentos parados no tempo. Fotos congeladas em instantes precisos.
Mas não, não quero rever essas imagens que oprimem o meu coração. Mesmo
as mais belas e felizes fazem-me lembrar que já não as poderei voltar a viver.
Fogem, quando estendo as mãos para as agarrar e só encontro o vazio, como um
mundo povoado de fantasmas.
Não, não quero recordar. Mesmo as recordações mais alegres são tristes.
Não posso olhar para trás. O caminho da vida, à medida que caminhamos,
torna-se cada vez mais estreito, afunila como a imagem (aparente) de duas
retas paralelas encontrando-se num ponto de fuga da linha do horizonte.
Tenho que por um pé frente ao outro, com cuidado. Não, não posso olhar
para trás.
texto EMS
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