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O tempo decorre como uma espiral.

Espirais. Círculos e ciclos. O tempo decorre como uma espiral. Roda, anda, segue e avança. Os minutos, as horas e os ritmos da vida parecem repetir-se. Nunca nada é igual. Há um início mas o fim ainda não está visível.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Inês de Castro

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo o doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito;



óleo s/tela Inês de Castro ( Estavas, linda Inês, posta em sossego, particular)


Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo o doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito;
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.


De teu príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam,
E quanto enfim cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.


De outras belas senhoras e princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo enfim, tu, puro amor, desprezas,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sisudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia


Estrofes sobre Inês de Castro nos LUSÍADAS de Luís de Camões



Do filho que casar-se não queria,

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